11.11.06

um dia com 72 horas

A quinta-feira terminou hoje - quer dizer, parte dela. Os últimos três dias foram muito corridos e, apesar de estar exausta, adoro viver a falta de tempo dessa profissão maluca que escolhi. E, para usar algo que todos desse meio detestam - abre parêntese (o clichê) -, tudo começou na quinta, dia 09 de novembro. Fui escalada para cobrir o Café Filosófico no Trianon, cujo tema era “A Condição Humana em Tempo de Luzes e Sombras”. A edição comemorou o centenário de nascimento da filósofa alemã Hannah Arendt (1906–1975) e também os quatro anos do projeto - idealizado pelo professor de Filosofia da Cásper, o Chico Nunes. O debate sobre o pensamento arendtiano terminou por volta das 15h30. Do Trianon direto para o número 900 da Paulista para escrever a minha matéria. Juro que tentei, mas não consegui escrevê-la. O raciocínio já não respondia aos estímulos - é importante ressaltar: isso é comum nessa época. O último bimestre sempre nos destrói. Não conseguindo fazer o cérebro funcionar como deveria, desisti e fui para aula. Ciência Política e a exibição de Fahrenheit - 11 de setembro, de Michael Moore. Sensacional, mas tenho ressalvas a fazer - mas que só serão publicadas em um próximo post, ok?

Infelizmente, não poderia deixar de assistir à segunda aula porque já se passava um mês desde o meu último encontro com a Cultura Brasileira. Com o corpo e a mente bem cansados, não resisti e apelei ao papai. Como ele estava de bom humor, foi me buscar e eu não precisei enfrentar o frio da Avenida Paulista e o vento gelado no ponto de ônibus. Cheguei em casa rapidinho, corri para o banho, comi alguma coisinha e fui para cama. O dia seguinte seria de muuuuuuiiiiiiito trabalho.

Sexta-feira, 10 de novembro. O despertador toca às 7h. O corpo não quer, mas é preciso levantar. É dia de fazer reportagem para Telejornalismo. A pauta? 9º FERPP - Feira de Relações Públicas e Publicidade e Propaganda da Cásper. Um pouco antes de sair de casa, o celular toca. Era a Maria - amiga e repórter do grupo. Ela acordou sem voz, ou seja, eu ou o João teríamos que assumir a função que ela cumpre muitíssimo bem. Na hora, liguei para o Joe. Ele estava atrasado e... sim, eu teria que ser a repórter! Poats!

(Aqui é importante destacar que não, não nasci mesmo para aparecer na frente das câmeras. Não tenho vocação. Por isso, fugi dos exercícios de tp, passagens e afins da aula de Telejornalismo o ano inteiro. Mas, como ironia do destino, fui pega agora, no final do 4º bimestre. Humpf!)

Tive que superar e lá fui com o Rubem (o cinegrafista gente boníssima) fazer as imagens da 9º FERPP. Joe e Maria chegaram e se encarregaram de dar um toque especial à toda reportagem. Sim, eles são muito bons! Ah, e claro, além disso, deram-me umas aulas antes da gravação da passagem. Foi difícil, não saiu como eles mostravam, mas gravei a tão necessária passagem. Terminamos a gravação pouco antes das 13h30min. João foi trabalhar. Maria foi para casa com a fita para passar a tarde decupando. Eu passei na Coordenadoria só para tentar ver os emails. Não consegui - eram mais de sessenta. Um outro compromisso me esperava - uma prova, na verdade. Das 16h às 17h30m: português, atualidades, lógica, inglês e uma redação sobre ética na política. Para dizer que a ética é do indivíduo e não da atividade que ele desempenha, palavras de Cláudio Abramo. Fim. Só da prova, importante lembrar.

Para a esquerda. Saía do prédio e siga em direção à Consolação. Essa foi a instrução dada pelo amigo querido, mas, no meio do caminho, descubro que a melhor opção é a Rua Augusta. Em frente ao Novo Hotel Jaraguá tem um ponto de ônibus. Foram aproximandamente trinta segundos entre chegar no ponto, o ônibus passar, dar sinal e entrar. Ufa! Desço um ponto antes de atravessar a Paulista e vou correndo - literalmente - para o abafado 5º andar do 900 da maior avenida da cidade. Explico de novo: à minha espera, estava a matéria sobre o Café Filósofico. Lembra? Sim, aquele que eu não consegui escrever. E, além disso, também tinha o site para fechar. Será que dava? Tinha que dar!

Às 18h, chego, subo, sento, ligo o gravador. Um copo de água para baixar a adrenalina. Hannah Arendt ocupa quase uma hora. O resultado, bem diferente do que eu esperava, vai para o ar como As sombras da razão. Às 20h50min termino o fechamento do site - a minha querida companheira-editora já estava sendo RP no terceiro andar. Boa sorte para a Rotasul amanhã!

Acabada a correria, à aula de Jornalismo Básico 3. Por causa do cansaço, dessa vez só ouvi. Mas as conversas que acontecem depois são sempre bastante proveitosas. Fim de sexta-feira e 15ºC na Avenida Paulista. Inevitavelmente, só pensava em banho e cama quentinhos. Mais uma vez, dormir era a ordem para agüentar o dia seguinte - hoje.

Começou com o despertador às 7h. Café da manhã, banho, pega o Estadão e os ônibus até a Cásper. A edição da reportagem era das 10h às 13h. Não conseguimos preparar o roteiro e o off antes de sentarmos com o Claudinei para editar. Apesar de ter a certeza de que não conseguiria pensar em nada, deu tudo certo. Conseguimos escolher as imagens, as sonoras e escrever o off - que seria gravado por mim. Ai, ai, viu?!

Depois das dicas da Maria, estúdio. Off gravado. Tínhamos uma hora para passarmos as sonoras e cobrir o texto com imagens. Deu, para o nosso alívio. E, apesar da correria, ainda encontramos um jeito de deixar a matéria com um toque a mais. Para trilha, Hiperconectividade, Lulu Santos (que também cabe perfeitamente como trilha das minhas últimas 72 horas). Gritinhos felizes só para comemorar o fim da edição e a matéria pronta. Conseguimos!

Não, o dia não acabou. O trabalho de Jornalismo Básico 3 ocuparia o resto da tarde. Uma matéria da Cláudia para Vip. Essa é a idéia. Os detalhes não cabem aqui, mas tem dado um trabalho imenso. Mas até terça-feira tem chão (eu acho). Só hoje, foram mais de noves horas dentro daquele prédio. Mas passou.

Sim, agora o dia acabou. Estou em casa, tomando um chazinho bem quente e me preparando para encontrar o cobertor. Ufa!


Mas quer saber? Que venham os outros dias de setenta e duas horas!

Um comentário:

Anônimo disse...

É um barato ver essa correria. E garanto: é a vida inteira assim.

Kopenhagen tabletes têm uma função especial nesses momentos: qualquer dia de 72 ou mais horas fica perrrfeito depois de um pedaço. Aliás, vários pedaços.