28.5.07

o reencontro de sábado à noite

Reprodução/Site oficial Nando Reis
Vinte e seis de maio de dois mil e sete. Sábado à noite. Em São Paulo, os termômetros marcavam poucos graus Celsius, e a sensação térmica deixava o corpo ainda mais gelado. Mas, nem o frio que tirou do armário casacos e cachecóis, nos impediria de ir ao reencontro marcado para 22 horas. Revê-lo era mais do que esperado - já tinham se passado quase dois anos desde a última vez. Naquela noite, Nando Reis e os Infernais estavam no palco do Citibank Hall para o lançamento da turnê do CD e DVD Luau MTV.

Depois da abertura da banda Cachorro Grande - sobre a qual eu não tenho absolutamente nada a declarar -, Nando entrou em cena para aquecer a nossa noite. Foram quase duas horas de músicas e letras que já fazem parte da nossa trilha preferida há um bom tempo. Estávamos na pista, mas confesso que foi um dos shows mais aconchegantes que já assisti - o abraço que me embalou durante aquelas horas fez com que as lágrimas de emoção (boas, muito boas) escapassem sem que eu me desse conta. Ouvi-lo cantar bem pertinho do meu ouvido trouxe a sensação de que... (ah, isso eu só conto para ele!).

As músicas do Nando fazem parte da minha trilha há um tempão. Lembro-me nitidamente da época em que adorava "Cegos do Castelo" - ainda quando o ruivo fazia parte dos Titãs. Eu deveria ter uns 10 anos naquela época. Lembro-me que, durante uma daquelas viagens longas que fazíamos todos os finais de ano para visitar os avôs mirandopolenses, ouvi o cd dos Titãs umas mil vezes... Depois, no colegial, quando conheci o Maurício, cantar com o Nando era obrigação. As letras sempre falavam por nós. Resposta, que ficou mais conhecida na gravação do Skank, era a música da vez. O primeiro show que assisti do Nando - já separado dos Titãs - foi no Sesc Pinheiros. Eu e o Mau corremos pra caramba. Chegamos em cima da hora e, para nossa sorte, dois lugares ainda restavam na platéia. Foi de arrepiar ouvir "All Star" e "Relicário" ao vivo!

Desde então, minha relação com as letras e músicas do Nando ficou mais intensa. Elas têm sido trilhas de momentos para lá de especiais - e, por mais que toquem mais de um milhão de vezes, ainda me emociono como da primeira vez. Ok, eu assumo: sou uma manteiga derretida mesmo!! Ah, coincidência ou não, Nando gravou o Luau em janeiro desse ano, em Ubatuba, na Praia Vermelha. Não fomos à gravação, mas também estávamos pelas praias ubatubenses celebrando o nosso reencontro. =)

... enquanto escrevia sobre o show, estava pensando em uma música para ser trilha desse post. No vídeo, vejam qual escolhi...

24.5.07

rola um repeteco?

Quando os dias ficam corridos e malucos; quando todas as pessoas olham para você e perguntam "nossa, o que aconteceu? você está com uma cara de cansada!!!"; quando os pensamentos são processados mais lentamente; quando o corpo só pede a cama e o cobertor, duas pequeninas pausas durante o dia fazem tudo ficar um tantinho mais leve.

... nesses dias, a vontade de fazer um bis daquele passeio fica mil vezes mais intensa!

18.5.07

criatividade zero!

Tipografia e cores + Shakespeare e Balzac + Telejornalismo (produção executiva, pautas, espelho, script, emails,...) + Quincas Borbas + Taxa Selic e Tesouros públicos + Primeiras edições para a Esquinas + TCC e todas as entrevistas ao mesmo tempo (quer dizer, todas as entrevistas REmarcadas ao mesmo tempo) + sono + preguiça + cansaço = crise de criatividade e nenhuma idéia bacana para um novo post!

Mas nem tudo está perdido: faltam pouquíssimas horas para o sábado e, como ele já disse algumas vezes, vem aí " horas e horas e horas de sono + chuvinha lá fora + filminhos + ..." =)

15.5.07

a solução

foto: Vivi Zanatta/ Agência Estado
O governador de São Paulo encontrou a sua nova arma contra a violência no Estado.
Depois da brincadeira, o real: Governador José Serra segura fuzil belga ao participar de homenagem ao 3º Batalhão do Grupo de Ações Táticas Especiais (GATE), na Vila Maria, zona norte de São Paulo (UOl Últimas Notícias)

14.5.07

caetanear o que há de bom

Foto: divulgação
O fim de semana que começou com o friozinho da sexta-feira e com o resfriado do sábado, terminou em bom estilo: da pista do Citibank Hall, assistimos à apresentação de Caetano Veloso com o álbum , lançado em setembro de 2006.

...Um Caetano como há muito não se via, após um período excessivamente romântico. Esbanjando novidade, ele está jovial, roqueiro e até mesmo saudosista dos inspirados anos que o levaram ao álbum "Transa", um dos melhores da sua carreira, gravado em Londres há 34 anos. Caetano, aliás, revive duas canções deste CD, "You Dont Know Me" e "Nine out of a Ten".

Mas a base é mesmo o último álbum, onde exala boas inspirações. O próprio formato do disco (e do show) pende para o rock, com o trio guitarra-contrabaixo-bateria, formado por Pedro Sá, Ricardo Dias Gomes e Marcelo Callado.

Caetano traz com Cê (e em seu show) uma sonoridade mais pura e crua, com repertório totalmente autoral. Com destaque para a deliciosa balada "Não me Arrependo" e outras, como "Deusa Urbana" e "Odeio". A veia mais rock e áspera comparece em "Homem", em que explora as vantagens de ser homem e a inveja de condições femininas, como "os orgasmos múltiplos".

No set list, entram todas as doze faixas do álbum. Outras doze canções completam o repertório, somando 24 no total. Além das pérolas de "Transa", Caetano resgata também as clássicas "Sampa", "Desde que o Samba é Samba" e "London, London", puxando elas mais para um rock psicodélico. O cantor e compositor alterna: ora entre momentos Beatles, outrora dialogando com o rock dos contemporâneos Los Hermanos.

(da Agência Estado)

Foram duas horas de show. Depois do bis, por insistência do público, Caetano ainda teve fôlego suficiente para pular e cantar "Odeio" mais uma vez. Para quem ficou com vontade de assistir às novas formas de caetanear, veja um trechinho do clima de Cê:

11.5.07

um parabéns pra Belinha

Numa noite dessas, em que o frio pegou os paulistanos de surpresa, papai preparou uma sopa de mandioquinha para o jantar. Para a nossa sorte, estávamos todos em casa. A irmã do meio resolveu não ir para as tradicionais baladinhas de finais de semana. A mais nova estava de folga: por uma noite não aturaria coxinhas, brigadeiros, beijinhos, guaraná, bolo, parabéns pra você e crianças correndo para todos os lados. A tia completava o quinto lugar na mesa. Um jantar simples, mas especial.

O enredo: antes da sopa, pães italianos, vinhos e outros aperitivos que papai não dispensa. Para que o cheiro que vinha da cozinha não fosse o protagonista daqueles minutos de espera, uma conversa agradável ocupou seu devido espaço na mesa da sala. As lembranças de um passado não tão distante me fizeram ter a certeza de que nada sou sem elas. As histórias da nossa infância trouxeram os risos e as lágrimas de emoção: o medo do escuro, as portas sempre abertas, as brincadeiras no parquinho do colégio interrompidas por mim (a-típica-e-chata-irmã-mais-velha), as brigas por causa da louça suja, pelas roupas bagunçadas e na disputa pelo computador.

Ela lembrou daquelas manhãs em que íamos ao Ginásio do Ibirapuera para as aulas de tênis. Enquanto ela se arriscava com as raquetes, eu esperava folheando a Capricho. Ela não se tornou uma tenista. Era de lei: começa a aula e, em poucos minutos, ela estava no chão. A pressão sempre caía e assustava todo mundo. As nossas idas ao Ginásio duraram apenas três semanas. Esportista, na verdade, não é um de seus dons.

Ela também lembrou das várias vezes em que foi esquecida no colégio. Eu e a irmã do meio nem nos dávamos conta de que a pequenina tinha ficado para trás. Que dó, né?! Deu até um aperto no coração. Lembramos também dos anos em que moramos no interior: ela era mais do que pequenina. A casa era grande e, no quintal, uma piscina de plástico refrescava as nossas tardes de verão. Tivemos um cachorro – minúsculo. Ninguém consegue lembrar o nome dele, mas ainda nos divertimos quando falamos sobre o dia em que ele ficou pendurado na fralda dela.

Ela já não é a menininha que carregava o Bambam ­e suas pelúcias para todos os lados, ela já não tem uma caixinha cheia de Polly Pocket, ela já não imita as Spice Girls e não come mais folhas do chão. Ela cresceu. Em muitos momentos, ainda me esqueço disso, mas ela sempre faz questão de lembrar – principalmente quando está toda arrumada para ir às baladinhas da Vila Olímpia.

Com absoluta certeza, ela é a mais madura das três. Quando precisamos de palavras sensatas e racionais, é com ela que conversamos. É no colo dela que encontramos aquela tão desejada tranqüilidade. Ela sempre sabe o que dizer e, quando nenhuma só frase é completada, sabemos que, mesmo assim, no ombro dela encontraremos um aconchego gostoso.

Ela também tem o melhor dos gostos – é no armário dela que encontro a minha melhor combinação (mas se pego alguma coisa sem pedir, ai de mim! Muito brava essa menina!). Ela é fashion. Ela sabe escolher os melhores tons de maquiagem. Ela já independente.

Na segunda-feira, 07 de maio de 2007, fez dezessete anos que ela chegou para deixar a nossas vidas mais cor-de-rosa e cheia de brilhos. Sabem de uma coisa? Tenho muita sorte por ser irmã dela. Para você, Belinha, todas melhores coisas do mundo - sempre. Te amo.


8.5.07

de sol, de céu, de mar

O despertador tocou às 5h30. Era o sinal de que a mala pronta desde o começo da semana embarcaria. Era a primeira vez que os olhos estariam acima do Cristo. Ansiedade era a palavra que mais pesava na bagagem - mas a sensação que fazia arrepiar os pêlos do corpo era a melhor que poderia sentir. Na cabeça, como um disco de uma música só, o samba que virou a trilha oficial da viagem: "Minha alma canta. Vejo o Rio de Janeiro. Estou morrendo de saudades...".

Os minutos a mais em Congonhas nos deram a certeza de que o céu que nos esperava seria de brigadeiro. Esse era o nosso primeiro grande desejo. Do chão, já sabia que a cidade era apaixonante. Do céu, disseram-nos que visão igual nunca existirá. Confesso que o frio na barriga foi inevitável quando os pés saíram do chão, mas consegui manter o controle quando, em menos de vinte minutos, já começávamos a enxergar o "Rio de sol, de céu, de mar".

Foram dias de primeiras vezes: a minha viagem de avião, a visita dele à cidade maravilhosa, o meu encontro com o Rafa e com a Martinha, o passeio de bondinho, a subida aos morros da Urca e do Pão de Açúcar, o almoço e passeio no Leblon, o Sol e a água de côco na praia do Leme, a caminhada na Lagoa e, enfim, a final do Campeonato Carioca entre Flamengo e Botafogo no Maraca. Como ele disse, uma viagem inesquecível.

O Rio é apaixonante. Mesmo parcialmente nublado - como afirmava o piloto enquanto pousávamos no Santos Dumont -, o céu tem um azul impossível de ser reproduzido em palavras. A rotina da cidade maravilhosa soa irritante para quem nasceu na acinzentada capital paulistana. O ritmo é outro. Apesar de caótico, como o de São Paulo, o trânsito tem um quê de especial: as paisagens - que, com certeza, foram pintados à mão - nos fazem esquecer do tempo e do espaço. Pontualidade talvez não seja a preocupação de quem teve a honra de nascer nas bandas de lá. Mas, com aquele céu e aquele mar, quem precisa se preocupar com os minutos do relógio?

Depois dos dias aconchegantes e memoráveis ao lado de pessoas que já entraram para a lista de especiais, a partida foi com dor no coração. Mas, com ela, vieram os planos para os anos que virão: acordar em Botafogo, ler O Globo, sair para a caminhada na Lagoa ou no calçadão, levar as crianças ao Maraca... * suspiros *...

Ele já agradeceu, mas deixo aqui o meu "muitíssimo obrigada" aos cariocas que nos receberam maravilhosamente bem!

ps: os que me conhecem mais intimamente sabem da forte ligação que tenho com o meu avô materno - o vô Abrahão que, há quase nove anos, não está mais por aqui. Ele nasceu em Resende, interior do Estado do Rio de Janeiro. Assim como eu, era apaixonado pela cidade maravilhosa. Hoje soube que seu sonho era morar no Rio. Está feita a promessa, vô: vou realizar esse sonho por você!

4.5.07

você foi feito pra nós

o destino

a trilha
Samba do Avião
Tom Jobim


Eparrê
Aroeira beira de mar
Salve Deus e Tiago e Humaitá
Eta, costão de pedra dos home brabo do mar
Eh, Xangô, vê se me ajuda a chegar

Minha alma canta
Vejo o Rio de Janeiro
Estou morrendo de saudades
Rio, seu mar
Praia sem fim
Rio, você foi feito pra mim
Cristo Redentor
Braços abertos sobre a Guanabara
Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Rio de sol, de céu, de mar
Dentro de um minuto estaremos no Galeão

Este samba é só porque
Rio, eu gosto de você
A morena vai sambar
Seu corpo todo balançar
Aperte o cinto, vamos chegar
Água brilhando, olha a pista chegando
E vamos nós
Pousar...

... e a melhor companhia

3.5.07

das questões éticas

Já se passaram mais de vinte minutos da meia-noite. Cheguei a menos de uma hora da faculdade. No caminho de volta para casa, as questões levantadas na aula de Ética Jornalística ainda estão batutando por aqui. Diferentemente do que previa o programa, hoje a discussão não foi sobre "os jardins de Epicuro". O professor propôs um exercício de ética aplicada. Papéis e caneta em mãos. Respondam a seguinte pergunta, ele disse:
- Vocês concordam com o uso da câmera escondida na prática jornalística? Por quê?

(a resposta estava pronta, mas questões éticas sempre pedem minutinhos de reflexão)

Depois de receber as folhas com as repostas dos trinta e dois alunos presentes, o professor propôs um outro exercício. Papéis e canetas em mãos novamente.
Respondam a seguinta pergunta, ele disse:
- Vocês concordam com a utilização da mentira na prática jornalística? Por quê?

(a reposta, depois de respondida a primeira pergunta, era óbvia e também estava pronta, mas questões éticas sempre pedem minutinhos de reflexão)

Não foi a minha resposta para as duas perguntas. Resumindo as justificativas: não acredito que os significados da palavra mentira condizem com aquilo que entendo como jornalismo. Só para constar, do Dicionário Houaiss:
mentira
substantivo feminino
1 ato ou efeito de mentir; engano, falsidade, fraude
2 hábito de mentir
3 afirmação contrária à verdade a fim de induzir a erro
4 qualquer coisa feita na intenção de enganar ou de transmitir falsa impressão
5 pensamento, opinião ou juízo falso
E, além disso, acredito fielmente que, cedo ou tarde, uma mentira sempre será descoberta. Para um jornalista, isso implica fim da carreira.

Recolhida as repostas dos dois exercícios, o professor nos apresentou uma porcetagem. Sobre o uso da câmera escondida, 60% da sala respondeu ser a favor, e 40% respondeu ser contra. Em relação à mentira, os dados se inverteram, 40% disse ser a favor de usar a mentira na prática jornalística, e 60% disse ser contra.

Questões éticas existem para serem discutidas, e não para serem resolvidas. E ponto - é o que dizem por aí!

ps: mas continuo com os meus "nãos".

1.5.07

do Rio

porque a letra é linda - e a cidade em que ela foi escrita também!

Reprodução do site oficial de Tom Jobim