8.5.07

de sol, de céu, de mar

O despertador tocou às 5h30. Era o sinal de que a mala pronta desde o começo da semana embarcaria. Era a primeira vez que os olhos estariam acima do Cristo. Ansiedade era a palavra que mais pesava na bagagem - mas a sensação que fazia arrepiar os pêlos do corpo era a melhor que poderia sentir. Na cabeça, como um disco de uma música só, o samba que virou a trilha oficial da viagem: "Minha alma canta. Vejo o Rio de Janeiro. Estou morrendo de saudades...".

Os minutos a mais em Congonhas nos deram a certeza de que o céu que nos esperava seria de brigadeiro. Esse era o nosso primeiro grande desejo. Do chão, já sabia que a cidade era apaixonante. Do céu, disseram-nos que visão igual nunca existirá. Confesso que o frio na barriga foi inevitável quando os pés saíram do chão, mas consegui manter o controle quando, em menos de vinte minutos, já começávamos a enxergar o "Rio de sol, de céu, de mar".

Foram dias de primeiras vezes: a minha viagem de avião, a visita dele à cidade maravilhosa, o meu encontro com o Rafa e com a Martinha, o passeio de bondinho, a subida aos morros da Urca e do Pão de Açúcar, o almoço e passeio no Leblon, o Sol e a água de côco na praia do Leme, a caminhada na Lagoa e, enfim, a final do Campeonato Carioca entre Flamengo e Botafogo no Maraca. Como ele disse, uma viagem inesquecível.

O Rio é apaixonante. Mesmo parcialmente nublado - como afirmava o piloto enquanto pousávamos no Santos Dumont -, o céu tem um azul impossível de ser reproduzido em palavras. A rotina da cidade maravilhosa soa irritante para quem nasceu na acinzentada capital paulistana. O ritmo é outro. Apesar de caótico, como o de São Paulo, o trânsito tem um quê de especial: as paisagens - que, com certeza, foram pintados à mão - nos fazem esquecer do tempo e do espaço. Pontualidade talvez não seja a preocupação de quem teve a honra de nascer nas bandas de lá. Mas, com aquele céu e aquele mar, quem precisa se preocupar com os minutos do relógio?

Depois dos dias aconchegantes e memoráveis ao lado de pessoas que já entraram para a lista de especiais, a partida foi com dor no coração. Mas, com ela, vieram os planos para os anos que virão: acordar em Botafogo, ler O Globo, sair para a caminhada na Lagoa ou no calçadão, levar as crianças ao Maraca... * suspiros *...

Ele já agradeceu, mas deixo aqui o meu "muitíssimo obrigada" aos cariocas que nos receberam maravilhosamente bem!

ps: os que me conhecem mais intimamente sabem da forte ligação que tenho com o meu avô materno - o vô Abrahão que, há quase nove anos, não está mais por aqui. Ele nasceu em Resende, interior do Estado do Rio de Janeiro. Assim como eu, era apaixonado pela cidade maravilhosa. Hoje soube que seu sonho era morar no Rio. Está feita a promessa, vô: vou realizar esse sonho por você!

5 comentários:

Anônimo disse...

Ah... Me leva junto contigo?

;)

Anônimo disse...

Lindona, foi um prazer conhecer gente simpática e de bem com a vida como vocês. Fomos bons anfitriões porque vocês são, acima de tudo, excelentes hóspedes. O passeio mais singelo na praia do leme foi surpreentemente muito apreciado.Assim é fácil de agradar. Apesar de paulista, temos realmente muito em comum. Pena ter sido tão rápido...

Anônimo disse...

Inveja triplicada...

Tainá Tonolli disse...

Eu juro que visito você...

moça dos olhos d'água disse...

me deu atéééé vontadinha de chorar! ;) precisamos conversar mais sobre a cidade maravilhosa! beijos felizes pelo seu final de semana (merecidamente) especial!