11.5.07

um parabéns pra Belinha

Numa noite dessas, em que o frio pegou os paulistanos de surpresa, papai preparou uma sopa de mandioquinha para o jantar. Para a nossa sorte, estávamos todos em casa. A irmã do meio resolveu não ir para as tradicionais baladinhas de finais de semana. A mais nova estava de folga: por uma noite não aturaria coxinhas, brigadeiros, beijinhos, guaraná, bolo, parabéns pra você e crianças correndo para todos os lados. A tia completava o quinto lugar na mesa. Um jantar simples, mas especial.

O enredo: antes da sopa, pães italianos, vinhos e outros aperitivos que papai não dispensa. Para que o cheiro que vinha da cozinha não fosse o protagonista daqueles minutos de espera, uma conversa agradável ocupou seu devido espaço na mesa da sala. As lembranças de um passado não tão distante me fizeram ter a certeza de que nada sou sem elas. As histórias da nossa infância trouxeram os risos e as lágrimas de emoção: o medo do escuro, as portas sempre abertas, as brincadeiras no parquinho do colégio interrompidas por mim (a-típica-e-chata-irmã-mais-velha), as brigas por causa da louça suja, pelas roupas bagunçadas e na disputa pelo computador.

Ela lembrou daquelas manhãs em que íamos ao Ginásio do Ibirapuera para as aulas de tênis. Enquanto ela se arriscava com as raquetes, eu esperava folheando a Capricho. Ela não se tornou uma tenista. Era de lei: começa a aula e, em poucos minutos, ela estava no chão. A pressão sempre caía e assustava todo mundo. As nossas idas ao Ginásio duraram apenas três semanas. Esportista, na verdade, não é um de seus dons.

Ela também lembrou das várias vezes em que foi esquecida no colégio. Eu e a irmã do meio nem nos dávamos conta de que a pequenina tinha ficado para trás. Que dó, né?! Deu até um aperto no coração. Lembramos também dos anos em que moramos no interior: ela era mais do que pequenina. A casa era grande e, no quintal, uma piscina de plástico refrescava as nossas tardes de verão. Tivemos um cachorro – minúsculo. Ninguém consegue lembrar o nome dele, mas ainda nos divertimos quando falamos sobre o dia em que ele ficou pendurado na fralda dela.

Ela já não é a menininha que carregava o Bambam ­e suas pelúcias para todos os lados, ela já não tem uma caixinha cheia de Polly Pocket, ela já não imita as Spice Girls e não come mais folhas do chão. Ela cresceu. Em muitos momentos, ainda me esqueço disso, mas ela sempre faz questão de lembrar – principalmente quando está toda arrumada para ir às baladinhas da Vila Olímpia.

Com absoluta certeza, ela é a mais madura das três. Quando precisamos de palavras sensatas e racionais, é com ela que conversamos. É no colo dela que encontramos aquela tão desejada tranqüilidade. Ela sempre sabe o que dizer e, quando nenhuma só frase é completada, sabemos que, mesmo assim, no ombro dela encontraremos um aconchego gostoso.

Ela também tem o melhor dos gostos – é no armário dela que encontro a minha melhor combinação (mas se pego alguma coisa sem pedir, ai de mim! Muito brava essa menina!). Ela é fashion. Ela sabe escolher os melhores tons de maquiagem. Ela já independente.

Na segunda-feira, 07 de maio de 2007, fez dezessete anos que ela chegou para deixar a nossas vidas mais cor-de-rosa e cheia de brilhos. Sabem de uma coisa? Tenho muita sorte por ser irmã dela. Para você, Belinha, todas melhores coisas do mundo - sempre. Te amo.


Um comentário:

simplesmente dri disse...

Thata, que post lindo!
Estou com MUITA saudade de voce!
Ah, seu blog esta cada vez mais legal.
Muitos beijos
Dri