30.9.06

O que será?

Faltando pouco mais de vinte quatro horas para, diante das urnas, exercermos o nosso mais importante papel como cidadão, uma pergunta incomoda - e, pelo quadro eleitoral até hoje, continuará incomodando até quando soubermos de fato como será o novo mandato do presidente-Cristo-Tirandentes - O que será?

O que será de um governo exercido sub judice?

Mesmo que esteja certo que, a partir do dia 1º de outubro a faixa presidencial não será repassada, o Fábio Matos acredita que há de vir um outro dia. Por isso, no último dia da "brincandeira de email" que divulgou o seu Projeto Pompéia Music, ele abre espaço para fabuloso Chico Buarque.

APESAR DE VOCÊ
(Chico Buarque de Hollanda)
PRA OUVIR, CLIQUE AQUI

Hoje você é quem manda

Falou, tá falado
Não tem discussão
A minha gente hoje anda
Falando de lado
E olhando pro chão, viu
Você que inventou esse estado
E inventou de inventar
Toda a escuridão
Você que inventou o pecado
Esqueceu-se de inventar
O perdão

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Eu pergunto a você
Onde vai se esconder
Da enorme euforia
Como vai proibir
Quando o galo insistir
Em cantar
Água nova brotando
E a gente se amando
Sem parar

Quando chegar o momento
Esse meu sofrimento
Vou cobrar com juros, juro
Todo esse amor reprimido
Esse grito contido
Este samba no escuro
Você que inventou a tristeza
Ora, tenha a fineza
De desinventar
Você vai pagar e é dobrado
Cada lágrima rolada
Nesse meu penar

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Inda pago pra ver
O jardim florescer
Qual você não queria
Você vai se amargar
Vendo o dia raiar
Sem lhe pedir licença
E eu vou morrer de rir
Que esse dia há de vir
Antes do que você pensa

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai ter que ver
A manhã renascer
E esbanjar poesia
Como vai se explicar
Vendo o céu clarear
De repente, impunemente
Como vai abafar
Nosso coro a cantar
Na sua frente

Apesar de você
Amanhã há de ser
Outro dia
Você vai se dar mal
Etc. e tal

ps: de uma forma bem inteligente e nada pedante, o Fábio conseguiu manifestar sua opinião em relação aos feitos políticos do Brasil. Abrindo espaço no blog para mostrar o manifesto, pude dar conta de como nos faltam discussões sobre o exercício do poder político em nosso país. Está convecionado que nada mudará e, por isso, nem percebemos o quanto é bacana poder trocar idéias. Como disse no post anterior, eu apóio e incentivo o debate sempre, mesmo que tenham a cadeira vazia! Para todos, bom voto no domingo 1º de outubro de 2006!

28.9.06

Eu apóio!



Como muitos perceberam, este blog aderiu à campanha do Fábio Matos intitulada Projeto Pompéia Music. Ele se prontificou a divulgar, durante os dez dias que antecedem o 1º de outubro, músicas da nossa saborosa MPB que pudessem homenagear a política brasileira. De uma forma descontraída, o Fábio propôs uma nova forma de ver e discutir os casos desse Brasil. A princípio, a idéia era distribuir para uma lista de amigos por email. Mas eu decidi apoiá-lo, garantindo espaço para o Projeto no blog.

E por que eu me protifiquei a dilvugar o que o Fábio chama de "brincadeira por email"? Porque pelos amigos fazemos qualquer coisa!!!!! (hehehehe). Mas excluindo o fator amizade, é legal perceber que, mesmo desiludidos ou decepcionados com os caminhos políticos que o país tem seguido, ainda há espaço para que algumas pessoas pensem sobre os resultados desses rumos. Mesmo que seja de maneira divertida (e irônica), ainda fazemos parte de um grupo que acredita na discussão política. Somos privilegiados.

Nesse post, estarão os emails recebidos ontem, dia 27 e hoje, dia 28/09.

A escolhida de ontem para cantar uma homenagem ao "aloprado-chefe-presidente-da-campanhada-presidente-do-partido-candidato-a-deputado-federal" foi Gal Costa. Apreciem. Essa é sensacional!

ONDE ESTÁ O DINHEIRO?
(Gal Costa)
PRA OUVIR, CLIQUE AQUI

Onde está o dinheiro?

O gato comeu, o gato comeu
E ninguém viu
O gato fugiu, o gato fugiu
O seu paradeiro
Está no estrangeiro
Onde está o dinheiro?

Refrão

Eu vou procurar
E hei de encontrar
E com o dinheiro na mão
Eu compro um vagão

Eu compro a nação
Eu compro até seu coração

Onde está o dinheiro?
O gato comeu, o gato comeu
E ninguém viu
O gato fugiu, o gato fugiu
O seu paradeiro
Está no estrangeiro
Onde está o dinheiro?

Refrão

No norte não está
No sul estará
Tem gente que sabe e não diz
Está tudo por um triz
E aí está o xiz
E não se pode ser feliz

Para hoje, o penúltimo dia do Projeto Pompéia Music, traz, como o Fábio escreveu, "uma homenagem ao rock nacional dos anos 1980". Kid Abelha canta o que o nosso Lulinha, antigo paz e amor, sabe:

NADA SEI
(Paula Toller e George Israel)
PRA OUVIR, CLIQUE AQUI

Nada sei dessa vida
Vivo sem saber
Nunca soube, nada saberei
Sigo sem saber

Que lugar me pertence
Que eu possa abandonar
Que lugar me contém
Que possa me parar

Sou errada, sou errante
Sempre na estradaS
empre distante
Vou errando enquanto o tempo me deixar

Nada sei desse mar
Nado sem saber
De seus peixes, suas perdas
De seu não respirar

Nesse mar
Os segundos insistem em naufragar
Esse mar me seduz
Mas é só pra me afogar

Sou errada, sou errante
Sempre na estrada
Sempre distante
Vou errando enquanto o tempo me deixar passar
Vou errando enquanto o tempo me deixar

um pedido?

Que 2006 termine logo. Só.

Um ano em que....
Ficou difícil
Tudo aquilo, nada disso
Sobrou meu velho vício de sonhar
Pular de precipício em precipício
Ossos do ofício
Pagar pra ver o invisível
E depois enxergar

Ficamos
Repetindo, repetindo, repetindo

Como num disco riscado
O velho texto batido

27.9.06

Diga-me com quem andas e te direi quem és

Para os amigos aloprados. Aqueles que antes eram só os meninos que fizeram algumas besteiras, o "nosso guia", como diz Elio Gáspari, deixa o Milton Nascimento cantar...

CANÇÃO DA AMÉRICA
(Fernando Brant e Milton Nascimento)
PRA OUVIR, CLIQUE AQUI

Amigo é coisa para se guardar

Debaixo de 7 chaves,
Dentro do coração,
assim falava a canção que na América ouvi,
mas quem cantava chorou ao ver o seu amigo partir,
mas quem ficou, no pensamento voou,
o seu canto que o outro lembrou
E quem voou no pensamento ficou,
uma lembrança que o outro cantou.

Amigo é coisa para se guardar
No lado esquerdo do peito,
mesmo que o tempo e a distância digam não,
mesmo esquecendo a canção.

O que importa é ouvir a voz que vem do coração.
Seja o que vier, venha o que vier
Qualquer dia amigo eu volto pra te encontrar
Qualquer dia amigo, a gente vai se encontrar

ps permanente: é claro que esse post só pode se concretizar graças ao Projeto Pompéia. Sinceros agradecimentos da Equipe do Texto da Gaveta ao idealizador do projeto Fábio Matos

26.9.06

Para um pai que é paulista

Ele é palmeirense fanático. Daqueles que gritam, berram, xingam o juiz, os técnicos, os times, os torcedores e, claro, os jornalistas. Para ele, a imprensa toda é corinthiana e, de fato, para um alviverde neurótico, isso é um grande problema. Os dias de jogos são sempre de muita tensão. A torcida é para que o time do Palestra Itália vença sempre - assim, pelo menos a mesinha de centro será poupada.

É ele quem vai ao supermercado e ao horti frutti aos finais de semana. Verduras, legumes e frutas sempre fazem parte da listinha. Mas é importante ressaltar: sorvetes, doces e chocolates constam em seu cardápio diário (para não denegrir a imagem dele, omito as cervejas e os pesticos que também vão para o carrinho do supermercado).

Mas faz só dois anos. Era 2004. Para mim, o primeiro ano da Faculdade e, como manda aquela lei, todas as mudanças ao mesmo tempo. Fomos as três para Vila Olímpia. Ele morava sozinho num apartamento alugado numa daquelas ruas do bairro baladeiro. O que antes era apenas o nosso cantinho para dormir depois de noites dançantes, foi transformanda na nossa casa.

Os primeiros meses foram, como era de se esperar, muito conturbados. Receber três adolescentes inesperadamente não foi uma das melhores coisas que já tinham lhe acontecido. Antes de morarmos juntos, os nossos encontros eram aos sábados à tarde. Sempre para um almoço num dos quilos de São Paulo. E só. Ele voltava para casa dele sozinho depois de nos deixar.


Mesmo sendo um conhecedor nato da alma feminina - é o que dizem por aí -, as três adolescentes lhe foram indecifráveis à primeira vista. Não sabia como agir ( e ainda não sabe em determinados momentos). Nesses casos, gritar sempre era a melhor alternativa. Mas juntos aprendemos a ouvir uns aos outros.

A torcida dele pelo nosso sucesso é explícita - quer dizer, muitas vezes, não tão evidente, mas sabemos que ela existe. Sabemos o quanto é importante nos ver bem. A preocupação em excesso o deixou com pouco cabelo - mesmo assim, visita o cabeleleiro pelo menos uma vez por mês.

Algumas de suas manias, hoje são nossas também.

Apesar de ter vindo para cidade grande e hoje decidir comemorar mais um ano de vida em um dos bares da baladeira Vila Olímpia, ainda há nele um jeito de interior, um quê daquele garoto do sítio de Amandaba que ajudava na colheita de café e ouvia pelo rádio do pai as narrações futebolísticas de Fiori Giglioti.

Parabéns, pai!

25.9.06

Ao vivo

A urna nos espera no próximo domingo. É inevitável não lembrarmos de 2002: ano em que "a esperança venceu o medo". Acreditávamos que tudo, quer dizer, boa parte desse tudo seria diferente.

Quatro anos depois: decepção! Por quê?

Deixa o Lulu Santos cantar a resposta ao vivo:
http://www.youtube.com/watch?v=YnWQH4j_lpM

TUDO IGUAL (Lulu Santos)
PRA OUVIR, CLIQUE AQUI

Então é assim que a vida faz

E sempre haverá um fim
Um pano rápido ou um plano
Longínquo do horizonte e os créditos

Os personagens se revelam
Atores no aplauso final
E pra cada interpretação
O que lhe for proporcional

Fica muito bem em cinema
Romance de um romance ideal
Só vamos então deixar combinado
Aqui é a vida real

Não leve o personagem pra cama
Pode acabar sendo fatal
Então desmonta logo essa máscara
Voltamos a estaca zero,
Fica tudo igual

Normal

ps: é claro que esse post só pode se concretizar graças ao Projeto Pompéia. Sinceros agradecimentos da Equipe do Texto da Gaveta ao idealizador do projeto Fábio Matos

22.9.06

sei lá

Tem dias que eu fico pensando na vida. Sei lá, a vida tem sempre razão. Não é preciso buscar solução. E eu não tinha razão.

Será que alguém pega na mentira?


Tá. Todo mundo já sabe que a Época também foi procurada, mas foi a Istoé que assumiu como verdadeiras as mentiras dos Vedoin. Será que a revista não se pronunciará mesmo sobre isso? Será que o restante desse 4º Poder não cobrará explicações?

Já foram sete dias e? Nada. Agora afirmando: Istoé a imprensa brasileira!

Ê beleza, como diria Fábio Matos - que hoje, em homenagem a mentira divulgada pela revista, liberou mais uma música da trilha que compõe o projeto Pompéia Music:

"Para homenagear um período glorioso da música brasileira, a Jovem Guarda, agora é a vez do inesquecível Erasmo Carlos, o Tremendão!"

PEGA NA MENTIRA (Roberto e Erasmo Carlos)
PRA OUVIR, CLIQUE AQUI

Zico tá no Vasco, com Pelé
Minas importou do Rio a maré
Beijei o beijoqueiro na televisão
Acabou-se a inflação
Barato é o marido da barata
Amazônia preza a sua mata

Pega na mentira, pega na mentira
Corta o rabo dela, pisa em cima, bate nela
Pega na mentira

Já gravei um disco voador
Disse a Castro Alves seu valor
Em Copacabana não tem argentino
Sou mais moço que um menino
Vi Papai Noel numa favela
O Brasil não gosta de novela

Pega na mentira, pega na mentira
Corta o rabo dela, pisa em cima, bate nela
Pega na mentira

Sônia Braga é feia, não é boa
Já não morre peixe na Lagoa
Passa todo mundo no vestibular
O amor vai se acabar
Carnaval agora é um dia só
Sem censura e guaraná em pó

Pega na mentira, pega na mentira
Corta o rabo dela, pisa em cima, bate nela
Pega na mentira

21.9.06

Pompéia Music, o segundo homenageado

Dando continuidade à divulgação do projeto Pompéia Music (leia o post abaixo - Um projeto Pompéia Music), a Equipe do Texto da Gaveta abre espaço para o segundo homenageado da inciativa de Fábio Matos:


A Pompéia Music continua brindando seus clientes com o melhor da música brasileira! Até o dia da eleição, você poderá curtir, diariamente, uma canção de algum grande nome da MPB. Sempre em homenagem, é claro, a nosso fabuloso mundo político... Na faixa 1, tivemos "Gostava tanto de você", de Tim Maia. Agora é a vez de Rita Lee!!!

Ouça e acompanhe a letra! E viva a música brasileira!

TUDO VIRA BOSTA (Moacyr Franco e Rita Lee)
PRA OUVIR, CLIQUE AQUI.

O ovo frito, o caviar e o cozido

A buchada e o cabrito
O cinzento e o colorido
A ditadura e o oprimido
O prometido e o não cumprido
E o programa do partido
Tudo vira bosta

O vinho branco, a cachaça e o chope escuro
O herói e o dedo-duro
O grafite lá no muro
Seu cartão e seu seguro
Quem cobrou ou pagou juro
Meu passado e o meu futuro
Tudo vira bosta

Um dia depois
Não me vire as costas
Salvemos nós dois
Tudo vira bosta

Filé 'minhão', 'champinhão', 'Don Perrinhão'
Salsichão, arroz, feijão
Muçulmano e cristão
A Mercedes e o Fuscão
A patroa do patrão
Meu salário e o meu tesão
Tudo vira bosta

O pão-de-ló, brevidade da vovó
O fondue, o mocotó
Pavaroti, Xororó
Minha Eguinha Pocotó
Ninguém vai escapar do pó
Sua boca e seu loló
Tudo vira bosta

Um dia depois
Não me vire as costas
Salvemos nós dois
Tudo vira bosta

A rabada, o tutu, o frango assado
O jiló e o quiabo
Prostituta e deputado
A virtude e o pecado
Esse governo e o passado
Vai você que eu 'tô cansado'
Tudo vira bostaUm dia depois

Não me vire as costas
Salvemos nós dois
Tudo vira bosta

Um projeto Pompéia Music

Assim como tem subvertido idéias, conceitos e valores de certos políticos - como já escreveu Ricardo Noblat -, a política brasileira também tem estimulado a criação de novos empreendimentos no mercado fonográfico. Na quarta-feira, dia 20 de setembro, foi inauragada a Pompéia Music. O idealizador do projeto é o estudante de jornalismo Fábio Matos e, de acordo com ele, a idéia é que até o dia da eleição, seja divulgada, diariamente, "uma canção especialmente selecionada pela Pompéia Music em homenagem a grandes figuras de nosso mundo político".

Para o lançamento ser impactante e conquistar o mercado e seus clientes, a Pompéia Music quis provar o quanto o projeto é inovador homenageando ninguém menos do que o presidente dessa República.

A Equipe do Texto da Gaveta apóia o projeto e, em parceria com o idealizador da Pompéia Music, assume, a partir de hoje, a divulgação da iniciativa.

Com a palavra, o representante do projeto, Fábio Matos:
Pra ouvir, basta clicar no nome da música. Vale a pena!
Bom divertimento e até amanhã!


Gostava Tanto de Você (Tim Maia)
Nem sei porque você se foi

Quantas saudades eu senti
E de tristeza vou viver
E aquele adeus não pude dar

Você marcou em minha vida
Viveu, morreu na minha história
Chego a ter medo do futuro
E da solidão que em minha porta bate

E eu
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você

Eu corro, fujo dessa sombra
Em sonho vejo este passado
E na parede do meu quarto
Ainda está o seu retrato

Não quero ver pra não lembrar
Pensei até em me mudar
Lugar qualquer que não exista
O pensamento em você

E eu
Gostava tanto de você
Gostava tanto de você

19.9.06

te amo!


Ele é o Pedro. Para nós, Pedrinho. Hoje ele faz cinco anos. Já soube que acordou antes da hora ansioso por receber presentes e cantar parabéns com os amiguinhos da escola.

Lembro-me extamente daquele 19 de setembro de 2001. Eu, com 16 anos, estava no 2º ano do Ensino Médio. Estávamos em aula e toda a turma sabia que, a qualquer momento, ele chegaria ao mundo. O nervosismo não deixava a concentração em paz. O celular tocou: nasceu! Está tudo bem? Sim, está!

A notícia da gravidez foi, à primeira vista, um grande susto. Ninguém sabia ao certo o que falar. A barriga foi crescendo, as roupinhas aparecendo e, ao mesmo tempo, as dificuldades aumentando. Mas, de certa forma, todos tinham a certeza de que ele traria paz a um lugar que já não sabia o significado dessa palavra há muito tempo. E assim foi. Era como se cada uma de nós experimentássemos tal feito: fazer mamadeira, trocar fralda, dar banho, fazer silêncio para ele dormir, assistir aos Teletubies, ajudá-lo a levantar, vê-lo dar os primeiros passos... depois de tudo isso, não há coração que resista. Quando percebemos, já estamos completamente apaixonados.

Ele logo aprendeu a falar "eu te amo". Ouvir essas três palavrinhas daquele pequenino garoto encantador nos deixava totalmente sem graça. A gente só abria um sorriso enorme e falava: "que fofo!".

A música, como já era esperado, também o conquistou. Ele gostava de ouvir as que foram feitas pelo Toquinho para as crianças. Depois ficava cantoralando e virava a atração da casa.
(sinto saudade disso tudo também).

Hoje ele já tem videogame e bicicleta. Entra nos joguinhos para crianças da internet, adora assistir desenhos na televisão. É um pouco tímido, mas logo se solta e começa a contar as histórias do menino que chamava eu!

Pedrinho, te amo!

18.9.06

?! - parte 2

A certeza de que já foram faladas todas as possíveis besteiras vai por água abaixo quando lemos declarações como esta:

O advogado [Augusto Arruda Botelho, responsável pela defesa de Freud Godoy], não soube esclarecer porque o assessor da Presidência sofreu a acusação. "Freud é um nome quase cinematográfico e fácil de falar. A minha suposição é que foi por isso que Gedimar o acusou. E não temos informações de onde surgiu tal acusação", acrescentou.

Para ler a íntegra da notícia da qual foi extraído o trecho acima, vá ao Blog do Noblat (Freud nega e Gedimar se cala, postado no dia 18/09/2006, às 18h13)

17.9.06

?!

Isto é a imprensa brasileira?

14.9.06

cinema, música e ...













Neste post: dicas sobre um filme que está em cartaz no circuito nacional de cinema e dois shows que presentearão os paulistanos com o que de melhor existe na música brasileira.

*****
Cinema: Vôo United 93
Segunda-feira, 11 de setembro de 2006, às 14h40, na sala 2 da Reserva Cultural, Vôo United 93.

O roteiro segue os acontecimentos do dia 11 de setembro de 2001, quando quatro aviões que tinham os Estados Unidos como destino foram seqüestrados com o objetivos e alvos definidos. Dois se chocaram contra as torres gêmeas do World Trade Center, em Nova York, e um outro foi direcionado para o Pentágono. O quarto deles, porém, não cumprimiu o plano - atingir a Casa Branca - e caiu numa planície, matando todos os tripulantes. O diretor inglês Paul Greengrass reconstrói aquele fatídico dia por meio dos acontecimentos que envolveram o quarto avião: o do Vôo United 93 .

A câmera na mão aumenta a tensão - sem apoio, ela vibra o tempo todo. Os olhos acompanham como se não existisse a tela que os separa daquele dia. É real. Disseram que algumas conversas são originais - a caixa preta não foi destruída. Não há anticlímax - o clima é de intensidade. O tempo é contado em segundos.

Do embarque até o momento em que o Vôo Unidet 93 cai - antes de chegar ao destino planejado -, o filme de Greengrass é quase documental. Os persongens nada se aproximam dos atores hollywoodianos. Não há melodrama, tampouco reverências ao Estado norte-americano. Intencional ou não, a infeciência do país governado por George Bush está presente. É possível enxergá-la - sutil ou explicitamente (depende dos olhos que a vêem).

Há vítimas. Há seqüestrados. Não há a divisão maniqueísta. Não há estereótipos. Não há heróis, nem bandidos. O existe, na verdade, é a evidência das condições subumanas em que todos os envolvidos estavam submetidos naquele dia. O plano foi arquitetado, mas os executantes não foram treinados. O pânico e o medo não estavam somente nos olhos dos passageiros - e, por isso, talvez a tragédia tenha sido tão alarmante.

As ameaças já existiam. Não lhe foram dados créditos suficientes para que impedissem a destruição. No Vôo Unidet 93, as vítimas de psedopoderes tidos como indefectíveis.

*****
Música: Paulinho da Viola
Desde a turnê de Bebadosamba, os palcos não recebiam uma longa temporada de shows de Paulinho da Viola. Até o dia 08 de outubro, São Paulo contará com o aconchego da presença do sambista carioca, que foi o escolhido para inaugurar o Teatro Fecap, dentro da instituição de ensino Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap).

O repertório não contemplará uma retrospectiva do que já foi produzido por ele, mas trará seu universo particular, com choros e sambas de sua autoria e de outros compositores. "Vamos tentar unir essa coisa do urbano do Rio com o urbano de São Paulo", disse Paulinho da Viola à repórter Adriana Del Ré (O Estado de S. Paulo, 13/09/2006 - Paulinho da Viola abre templo de MPB aperitivo).

O show será dividido em blocos, um de sambas, um de choros instrumentais e um outro em que o sambista terá liberdade para apresentar as canções que desejar e, por esse motivo, esse bloco ainda não está totalmente definido. Entre as músicas que já foram escolhidas estão Recomeçar, Não Quero Você assim, Bela Manhã, Ela Sabe Quem Eu Sou, Para mais Ninguém (gravada por Marisa Monte no disco "Universo ao meu redor") e Sempre se Pode Sonhar.

Ouvir músicas leves cantadas com o carisma e delicadeza de Paulinho da Viola é uma rara oportunidade para deixar o alma e coração mais felizes. Eu recomendo!

Tome nota!
Paulinho da Viola. Teatro Fecap (400 lug.). Avenida Liberdade, 532, 0800 551902. 5.ª a sáb., 21 h; dom., 19 h. R$ 80 (estudantes, é claro, pagam meia)

*****
Música: Francis Hime e Orquestra Jazz Sinfônica
No dia 27 de setembro, quarta-feira, o maestro Francis Hime se apresenta no Memorial da América Latina, em São Paulo, ao lado da Orquestra Jazz Sinfônica.

Ele também vem da cidade maravilhosa. Se eu recomedo? Óbvio!

Tome nota!
Memorial da América Latina. Auditório Simon Bolívar. 876 lugares.
R. Auro Soares de Moura Andrade, 664
Metrô Barra Funda
Horário 21h
Estacionamento no local sem manobrista.
Ingressos à venda:
- no Memorial da América Latina de terça-feira a domingo, das 14h às 19h;
- pelo site Bilheteria.com e
- pelo telefone 3038-6698

13.9.06

pra nivelar a vida em alto astral

Por uma semana mais leve e com um sorriso aberto, Diz que fui por aí ....
(cair no samba das bandas de lá)

12.9.06

Da fonte oficial

Da lista de perguntas freqüentes do site do Tribunal Superior Eleitoral - TSE:

1 . De que forma é feita a apuração dos votos dos deputados federais, estaduais, distritais e vereadores e a proclamação dos candidatos eleitos?
Os deputados federais, estaduais, distritais e vereadores são eleitos segundo as regras das eleições proporcionais. Diversamente do que ocorre nas eleições majoritárias (presidente e vice-presidente da República, governador e vice-governador, prefeito e vice-prefeito, e senador), nem sempre os candidatos mais votados ocuparão uma vaga na Casa Legislativa. É necessário que o partido ou coligação a que pertença o candidato obtenha um número mínimo de votos, expresso por meio do quociente eleitoral. Os candidatos eleitos serão os mais votados por partidos e coligações de forma a preencher as vagas que tais agremiações obtiverem na Câmara dos Deputados, nas assembléias legislativas, na Câmara Distrital (DF) ou nas câmaras municipais. Para determinar o número de vagas a que cada partido ou coligação terá direito, são realizados dois cálculos: o do quociente eleitoral e do quociente partidário.

Quociente eleitoral
O quociente eleitoral define os partidos e/ou coligações que terão direito a ocupar as vagas em disputa nas eleições proporcionais. Aplicam-se as seguintes regras:

“Determina-se o quociente eleitoral dividindo-se o número de votos válidos apurados pelo de lugares a preencher em cada circunscrição eleitoral, desprezada a fração se igual ou inferior a meio, equivalente a um se superior”. (Código Eleitoral, art. 106.)

“Nas eleições proporcionais, contam-se como válidos apenas os votos dados a candidatos regularmente inscritos e às legendas partidárias”. (Lei nº 9.504/97, art. 5º.)

Atualmente os votos em branco não são computados para proclamação dos eleitos nas eleições proporcionais. Antes da Lei nº 9.504/97, além dos votos nominais e dos votos de legenda, os votos em branco também eram computados.

Fórmula:
Quociente eleitoral (QE) = Número de votos válidos /Número de vagas


Quociente partidário
O quociente partidário define o número inicial de vagas que caberá a cada partido ou coligação que tenham alcançado o quociente eleitoral.

“Determina-se para cada partido ou coligação o quociente partidário, dividindo-se pelo quociente eleitoral o número de votos válidos dados sob a mesma legenda ou coligação de legendas, desprezada a fração”. (Código Eleitoral, art. 107.)

“Estarão eleitos tantos candidatos registrados por um partido ou coligação quantos o respectivo quociente partidário indicar, na ordem da votação nominal que cada um tenha recebido”. (Código Eleitoral, art. 108.)

Fórmula:
Quociente partidário (QP) =
Número de votos válidos do partido coligação / Quociente eleitoral

Sobras
Após a aplicação das fórmulas do quociente eleitoral e quociente partidário, se ainda restarem lugares a preencher (sobras), faz-se um último cálculo, a seguir traduzido:

Fórmula:
Número de votos válidos atribuídos a cada partido ou coligação + 1 / Número de vagas obtido pelo partido ou coligação


“Em caso de empate, será eleito o candidato mais idoso”. (Código Eleitoral, art. 110.)

2. O que é voto de legenda?
Voto de legenda é o voto dado pelo eleitor ao número do partido, deixando de informar os dois ou três últimos números que definem o candidato. Assim, se o leitor digitar apenas os números 77, ou 88, ou 99 (número do partido), sem informar os outros dois ou três números, seu voto será válido, somando-se aos votos nominais (votos dados aos candidatos) para o cálculo dos quocientes eleitoral e partidário. De acordo com o art. 5º da Lei nº 9.504/97, serão considerados válidos, nas eleições proporcionais, apenas os votos dados aos candidatos regularmente inscritos (votos nominais) ou às legendas partidárias (votos de legenda).

Para ver exemplos de como são aplicadas as fórmulas dos quociente eleitoral e partidário e das sobras, procure a seção Eleições e a sub-seção Perguntas Freqüentes do site do TSE.

11.9.06

bastidores

Ainda sob efeito da noite de 08 de setembro de 2006....

10.9.06

ponto de interrogação

Até o dia 01 de outubro são mais 21 dias, ou seja, serão exatemente três semanas para decidirmos quais os candidatos que receberão os nossos votos nas eleições 2006. Sim, já sei que as pesquisas indicam a reeleição do presidente Lula no primeiro turno e que, em São Paulo, a disputa para o governo do Estado o cenário não é muito diferente: não há ventos fortes o suficiente para empurrarem a eleição para o segundo turno. Mas, perae! Será que estamos atentos ao que de fato é importante no cenário político do Brasil? Já decidimos os nossos votos para senador, deputado federal e deputado estadual? Na verdade, nem paramos para pensar nisso, não é verdade? Quem já se deparou com alguma rodinha de amigos discutindo sobre os candidatos à Câmara? Se já viu, sinta-se privilegiado: você faz parte de um nicho intelectualizado. Um cenário muito diferente do qual está localizada a maioria da população brasileira.

Numa dessas conversas sobre política - que, em grande maioria, são sempre muito proveitosas - dei-me conta de que ainda não tenho candidatos aos cargos de deputados federal e estadual. Para muitos, acredito, isso não é nenhum problema de fato. Basta anular. Vote em Machado de Assis e tudo estará resolvido. Mas, perae outra vez. Será que ainda não nos demos conta que são esses os nossos verdadeiros representantes? Se não, que tal mudarmos de idéia? Não há problema algum em assumir que não conhecemos as atribuições de um senador, que não sabemos quantos deputados federais são eleitos e que tampouco temos idéia de quais e quantos são os candidatos a deputados estaduais. Como já é sabido por muitos, ainda há uma grande deficiência no eleitorado brasileiro: desconhecemos o poder do nosso voto e, por isso, não cobramos explicações e não procuramos informações sobre a política do país. Claro que é difícil acreditar em mudanças, e como já escrevi em outras oportunidades, entendo os realistas e os conformistas. Mas ainda há uma certa esperança.

Para esclarecer as minhas dúvidas, me indicaram - na mesma conversa proveitosa sobre política - um site que tem uma lista com todos os candidatos a deputado federal. Faz parte de uma campanha do Transparência Brasil e recebeu o nome de Projeto Excelências que, de acordo com o texto do próprio site, o serviço é oferecido com a intenção de proporcionar ao visitante informações recolhidas em bancos de dados públicos a respeito de candidatos à Câmara dos Deputados nas eleições de 2006. A intenção é propiciar ao eleitor uma decisão mais informada sobre seu voto para deputado federal. Os históricos de cada candidato incluem apenas dados de domínio público. O projeto Excelências colige e apresenta essas informações num lugar só. Os dados incluem:
- Dados pessoais básicos e funções públicas que os candidatos exerceram.
- Informações sobre o desempenho legislativo dos candidados, como faltas, votações, uso de verbas de gabinete, emendas ao Orçamento apresentadas nos últimos anos.
- Declaração de bens apresentada à Justiça Eleitoral.
- Doadores de campanhas eleitorais passadas (2002 e, no caso daqueles que se candidataram a prefeito em 2004, também estes).
- Principais menções publicadas na imprensa em que o candidato aparece ligado a algum caso de corrupção.
- Referência dos processos (a partir da segunda instância) em que o candidato é indiciado como réu na Justiça Federal, nos tribunais superiores, na Justiça Eleitoral, nos Tribunais de Contas.

Para conhecer o Projeto Excelências, clique aqui.

Bacana! Mas ainda preciso de informações sobre os candidatos a deputados estaduais. Com o google, conheço mais dois endereços da internet. Um é do próprio Tribunal Superior Eleitoral - TSE - e recebeu o nome de Eleições 2006 - Divulgação de Dados de Candidatos. Existem os números nacionais e estaduias. Além das informações - nome, nome para urna eletrônica, número, coligação, composição da coligação, data de nascimento, sexo, estado civil, ocupação, grau de instrução, nacionalidade, naturalidade, situação da candidatura, valor máximo de gastos, processo de candidatura e declaração de bens - aparecem também as fotos de cada candidato. Para fazer a sua busca no site do TSE, clique aqui.

O outro é do Blog do Fernando Rodrigues, colunista de política do jornal Folha de S. Paulo, e também dá ao eleitor brasileiro a chance de pesquisar e conhecer os candidatos que disputam os cargos nas eleições 2006. Intitulado Políticos do Brasil, o espaço além de ofercer informações sobre todos os candidatos inscritos na eleição [de 2006] (inclusive os que sofreram impugnação) (total 20.134), tem registrados em seu banco de dados todos os vencedores e parte dos perdedores (os candidatos a presidente, governador e senador) (total 2.177 registros) das eleições de 1998 e todos os vencedores e parte dos perdedores (os candidatos a presidente, governador e senador) (total 2.376 registros) das eleições de 2002. Para ter acesso aos registros de Fernando Rodrigues, clique aqui.

Para os que estão dispostos a acreditarem num cenário político diferente para o Brasil, as dicas foram dadas! Boa busca!

como o vento

Posso ouvir o vento passar, assistir à onda bater, mas o estrago que faza vida é curta pra ver... Eu pensei.. Que quando eu morrer vou acordar para o tempo e para o tempo parar: um século, um mês, três vidas e mais um passo pra trás? Por que será?... Vou pensar. Como pode alguém sonhar o que é impossível saber? Não te dizer o que eu penso já é pensar em dizer e isso, eu vi, o vento leva! Não sei mas sinto que é como sonhar que o esforço pra lembrar é a vontade de esquecer... E isso por que? Diz mais! Uh... Se a gente já não sabe mais rir um do outro meu bem então o que resta é chorar e talvez, se tem que durar, vem renascido o amor bento de lágrimas. Um século, três, se as vidas atrás são parte de nós. E como será? O vento vai dizer lento o que virá, e se chover demais, a gente vai saber, claro de um trovão, se alguém depois sorrir em paz. Só de encontrar... Ah!!!

Só porque tocou algumas vezes no rádio...

9.9.06

presentemente



Lindo!

Difícil era acreditar que em poucos minutos estaria enxergando Ele a pouco metros de mim. Não seria original dizer que o corpo estava arrepiado, que batia um frio na barriga e que, naquela noite, mais nada importaria. Não seria original se emociar com algumas das mais belas canções por Ele cantadas. Nem tampouco seria original dizer que, por mim, aquele noite se estenderia por toda a eternidade. Nada é original quando deixamos sentimentos se expressarem - e esse é o encanto de simplesmente sentir, não é verdade?

O clima era propício para os casais apaixonados trocarem declarações de amor entre uma música e outra. Mas também havia espaço para aqueles que já não sabem o que faz o coração tremer. E claro, também estavam presentes os que comemoravam anos de casados, os recém-casados com filhinhos pequenos, amigos, amantes e namorados. Para todos - como sempre.

De tão simples, existia algo de aconchegante no ar. Abraços não eram necessários - mas, de fato, eles trouxeram um toque especial. Em alguns momentos, nada existia além daquela voz que nos acariciava como a mão que faz um cafuné tarde da noite. Os olhos brilhavam e davam mais luz ao cenário projetado por Helio Eichbauer. Também aqui não seria original dizer perfeito! - mas é fato que ainda não encontraram melhores expressões para defini-lo e, talvez por isso, tudo que se escreva a respeito Dele seja tão clichê.

Não me arrisco a sair do óbvio, até porque essa tentativa seria em vão. Serei, admito, mais uma entre muitos que elogiarão e que abrirão um enorme sorriso assim ao relatar a noite do dia 08.09 (aqui será necessário abrir um parênteses para dizer que, como também era de se esperar, nem todos abrirão um sorriso e elogiarão a noite que passaram com Ele). Mas, como já é sabido por todos, para certo momentos, não há motivo para nos preocuparmos com a originalidade.

Durante o show encontrei a minha explicação para essa admiração. São as letras. Nelas as mulheres não são derrotadas pelos sentimentos e pelos amores mal vividos. Talvez seja por isso que tantas de nós o desejamos (não no sentido presencial da palavra, pelo menos para algumas de nós). Em suas letras, nos sentimos fortes como quase nunca conseguimos ser. Em suas letras, nos inspiramos em acreditar que somos muito mais do que conseguimos ser. Em suas letras sentimos um carinho que por vezes nos faz falta. Em suas letras estão os nossos maiores desejos. E só. São as letras. Elas também nos dão saudade de um tempo que não volta mais, nos dão vontade de ter o coração cheio de alegria, nos deixam, por algumas horas, distante de um mundo que já não queremos como o nosso.

Somos refugiados procurando colo e explicações para essas coisas do nosso mundo. Somos espectadores emocionados pedindo bis. Não queremos sair do lado encantado. A realidade é séria demais. Queremos mais e sempre, por isso não nos deixamos acreditar que, depois de voltar duas vezes ao palco, o show, de fato, chegou ao fim. Continuamos sentados, outros em pé, gritando o seu nome por mais alguns minutos. Por instantes, a alegria, que nos acompanhou por duas horas, é substituída por algo que chega bem perto da melancolia. Passa, é claro - mas aí vem a vontade de voltar na noite seguinte para ouvir aqueles Outros Sonhos embalados por uma melodia gostosa e baixinha.

Podemos voltar também para ver todo mundo em pé - ou ajoelhados em cima da cadeira, como eu estava - acompanhando as músicas do bis: Sem Compromisso, Deixe a Menina e Quem Te Viu, Quem Te Vê. Podemos também voltar pela companhia, pela lua, pela vontade de deixar a emoção transparecer. Podemos voltar porque mais uma noite como aquela, presentemente, represente muito para mim.

7.9.06

daqui a pouco

Olhos nos olhos.

5.9.06

Nem tão óbvio assim

De certa forma, até entendo os realistas. Aqueles que nada enxergam além desse mundo real. Sei que é muito difícil acreditar num outro mundo, numa outra forma de governo, numa nova política econômica, em políticos honestos... sim, sei como esses pensamentos parecem - e, em alguns casos, são - utópicos. Já faz um tempo que perdi muito daquele idealismo comum à nossa fase da adolescência. Mas, mesmo assim, ficaram resquícios de uma época em que eu acreditava ser possível mudar as coisas que estão no mundo. Ontem, porém, percebi que ainda existem pessoas que, apesar de - teoricamente - viver e conviverem com o que chamam de realidade brasileira, não dão o braço a torcer quando o assunto em pauta é um projeto que beneficie a sociedade - mesmo que para isso, sejam rotuladas de radicais. E, para ser bem clara, quer saber? A vida já é complicada demais para vivermos agarrados ao que é extremamente real...

Todas essas palavras - que talvez não façam muito sentido -, na verdade, são só um pequeno nariz de cera para falar da sabatina da Folha que aconteceu ontem, dia 04.09.

Heloísa Helena foi a primeira convidada do ciclo de sabatinas com os presidenciáveis promovidas pelo jornal Folha de S.Paulo, no Teatro Folha, no Shopping Higienópolis, em São Paulo. Para entrevistá-la, estavam presentes Valdo Cruz (diretor-executivo da Sucursal da Folha de Brasília), Clóvis Rossi e Fernando Rodrigues (colunistas da Folha) e Renata Lo Prete (editora do "Painel").

Como de praxe, a primeira hora é reservada aos sabatinadores. Das 15h às 16h, a candidata respondeu perguntas sobre quais serão as primeiras ações como presidente da República, a política econômica que será desenvolvida em seu governo, a relação que terá com o Congresso e, claro, sobre a expulsão do Partido dos Trabalhadores em 2003.

Heloísa, como já foi dito por algumas pessoas desde que a campanha eleitoral de 2006 começou, tem dado conta de tornar o debate político mais proveitoso. Mesmo que fale sozinha - já que seus opositores não têm gás o suficiente para tornar a discussão de algumas questões mais enfática -, a senadora não se deixa abater e ressalta que acredita em uma outra forma de resolver os problemas do Brasil.

Para alguns, o idealismo de Heloísa Helena soa como sonhador. E, em diversos momentos durante a sabatina, os entrevistadores do jornal deixaram evidente que estavam irritados com a insistência da candidata do PSOL em acreditar naquilo que diz - ou seja, numa outra forma de representar o Estado nacional.

Perguntei-me então: será que, de fato, nos acostumamos com o que está estabelecido? Ou, na verdade, as coisas no mundo são tão imutáveis a ponto de crucificarmos pensamentos e atitudes que se direcionem para um caminho contrário ao que é percorrido? Sinceramente, não sei a resposta. (quer dizer, pode ser que eu até tenha uma idéia do que responder, mas ainda fico com essas
perguntas incomodando o pensamento).

Essas perguntas surgiram num momento específico da sabatina: quando a editora do "Painel" de a Folha de S.Paulo, Renata Lo Prete, questionou a senadora sobre a cláusula de barreira que restringirá a representação no Congresso dos partidos que não conseguirem "alcançar 5% dos votos nacionais, excetuados os brancos e nulos, distribuídos por 9 Estados, com um mínimo de 2% em cada um deles" ( O Estado de S.Paulo, 4/09/2006 - Cláusula de barreira contra partido nanico deve criar deputado-zumbi ). A resposta de Heloísa provou que, diferentemente do que muitos pensam, ela não entrou na disputa para perder. Afirmou que, apesar de saber o quanto será difícil alcançar os números estipulados pela cláusula, o PSOL está trabalhando para que a meta seja alçanda. Do contrário, por mais óbvio que possa parecer, não faria sentido encarrar as eleições.

Espanto? Por quê? Talvez porque já tenhamos nos acostumados com pessoas (e/ou partidos) que entram em disputas eleitorais sem, ao menos, terem se preparado para isso. E não restrinjo a questão ao fato de muitos dos partidos - ou quase todos - ingressarem em campanhas sem um plano de governo. Não! O que abordo está além: para minha decepção - não tão grande como talvez deveria ser - ainda existem pessoas que entram em eleições para perder. E o pior: isso, de fato, é o planejado. Surpresa seria alcançar uma grande quantidade de votos. Aqui está uma possível explicação para esse espanto todo em relação à candidatura e campanha de Heloísa Helena. Mesmo que nas pesquisas não passe dos 10 ou 11%, a campanha só terminará, de fato, para ela, quando todas as urnas forem apuradas. Óbvio. No Brasil, nem tão óbvio assim.

4.9.06

e agora eu já não sei mais ...

Não era assim que eu tinha programado, mas há de existir uma explicação...

2.9.06

É tão lindo


Para duas pessoas muito especiais...

A Turma Do Balão Mágico

É tão Lindo

Se tem bigodes de foca
Nariz de tamanduá
Parece mesmo estranho, heim?!
Também um bico de pato
E um jeitão de sabiá
Mas se é amigo
Não precisa mudar
E é tão lindo
Deixa assim como está
E eu adoro, adoro
Difícil é a gente explicar
Que é tão lindo.
Se tem, bigodes de foca
Nariz de tamanduá E orelhas de camelo, né tio!
Mas se é amigo de fato
A gente deixa como ele está
É tão lindo, não precisa mudar
É tão lindo é tão bom de se gostar
E eu adoro
É claro
Bom mesmo é a gente encontrar
Um bom amigo
São os sonhos verdadeiros
Quando existe amor
Somos grandes companheiros
Os três mosqueteiros
Como eu vi no filme
É tão lindo, não precisa mudar
É tão lindo deixa assim como está
E eu adoro e agora
Eu quero poder lhe falar
Dessa amizade que nasceu
Você e eu
Nós e você
Vocês e eu
É tão lindo
- Tio
- Heim!
- É legal ter um amigo, né?
- É maravilhoso
Mesmo que ele tenha
Bigodes de foca e até um nariz de tamanduá
- E orelhas de camelo tio, lembra?
- Orelhas de camelo?
- É tio
- É mesmo, orelhas de camelo!
Mas é um amigo, né?
- É
- Então não se deve mudar.

1.9.06

El Método

Para aqueles que já participaram de algum processo de seleção, El Método - traduzido no Brasil como O que você faria -, em cartaz nos cinemas há duas semanas, pode ser um ótimo workshop.

Mais uma vez, uma auto-propaganda: para os que quiserem ler algumas palavras - por mim escritas - sobre o filme, acesse "Para sair ileso"

Serviço
O que você faria? El Método. Argentina/Espanha/Itália, 2005.
Direção: Marcelo Piñeyro.Com: Eduardo Noriega, Pablo Echarri e Natalia Verbeke. 115 min. 14 anos.
Espaço Unibanco 4, sex. a qua.: 16h30 e 21h30.HSBC Belas Artes/Sala Mário de Andrade, sex. a qua.: 15h, 17h10, 19h20 e 21h30.Lumière 2, 18h45 e 21h05.Reserva Cultural 4, sex. a qua.: 16h e 19h40. Sáb.: também às 23h20.

"mas"

pequena, simples, mas extremamente significativa...