11.3.07

em cartaz

Apesar da correria típica desse último ano de faculdade, ainda tenho conseguido tempo para algumas sessões de cinema. Durante a semana, na terça-feira, para aliviar a tensão desses dias tão malucos - e fazer uma horinha até o almoço -, me refugiei numa das salas do Cinemark do Shopping Santa Cruz. A sessão de Notas Sobre um Escândalo começou, pontualmente, às 10h50. Das mais de cem poltronas, quatro foram ocupadas: eu e mais três velhinhos, que me fizeram sentir menos estranha por entrar na primeira sessão do dia.

Cate Blanchett e Judi Dench em Notas Sobre um Escândalo

Para os que viram Babel e, assim como eu, não tiveram chance suficiente para aplaudir o talento de Cate Blanchett, Notas Sobre um Escândalo, de Richard Eyre, é uma bela oportunidade para reverenciá-la. Cate, como Sheba Hart, é uma artista plástica, mãe de dois filhos (uma garota rebelde de 15 anos e um garoto de 10 com síndrome de Down) e esposa de seu ex-professor, vinte anos mais velho. Sheba é contratada para dar aulas de artes na mesma escola em que trabalha Barbara Covett (interpretada tão magnificamente por Judi Dench), uma professora prestes a se aposentar, e que mora sozinha - apenas na companhia de um gato.

Barbara aproxima-se de Sheba. Tornam-se grandes amigas, até o dia Barbara descobre que a novata professora mantém um caso com um de seus alunos, um garoto de 15 anos. A partir de então, o drama baseado no livro de Zoë Heller e com roteiro de Patrick Marber (o mesmo de Closer - Perto Demais) coloca Sheba nas mãos da amiga - que garante não entregá-la sob a condição de que o relacionamento com o aluno chegue ao fim. Chantagens, ciúmes e agressões físicas e morais trilham os caminhos e segredos de Notas Sobre um Escândalo. Um filme intenso e recomendado - se não for pelo roteiro, será pelos talentos de Cate Blanchett e Judi Dench.

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Ontem a sessão foi dupla (e na mesma sala 2 do Cinermak do Shopping Villa Lobos): Borat e a pré-estréia de Scoop - O Grande Furo. Confesso que ainda não consegui encontrar o meu adjetivo para o filme comandado por Sacha Baron Cohen. Não ri como a maioria das pessoas que estavam na sala, mas também não detestei. Aqui abro parêntese (é óbvio que algumas cenas são extremamente desnecessárias, mas como já li por aí, o diretor Larry Charles apostou numa nova fórmula de fazer documentário. Portanto, tudo é válido). Borat - O Segundo Melhor Repórter do Glorioso País do Cazaquistão Visita a América é tão inovador que, só por isso, os olhos não fogem da tela.

Talvez eu não tenha estômago suficiente para gargalhar de algumas cenas nojentas, mas não pude conter meus ânimos quando a turbinada Pamela Anderson é cooptada pelo magnífico Borat. E, acreditem, antes dessa cena, existem seqüências espetaculares. O repórter do Cazaquistão escancara todas as lições que o grandioso Estados Unidos da América tem a passar para o resto (no sentido literal da palavra) do mundo - e para crer que temos muito a aprender com o país do companheiro Bush, é preciso ver.

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Para mim, a sessão das 21h10 tinha algo de especial - mas só descobriria isso depois de 96 minutos de filme. Mas antes de falar de Scoop, é preciso registrar que, tontos, eu e o Fábio tivemos que sentar em lugares separados porque a sala 2 (sim, a mesma em que assistimos Borat) estava lotada!!! (por que não ficamos lá, hein?). Poderia ser pior, mas por causa da gentileza de um fofo casal, conseguimos lugares próximos.

Voltando ao roteiro de Woody Allen: Scarlett Johansson, a queridinha do diretor, é Sondra Pransky, uma estudante de jornalismo que recebe um furo do récem-falecido-repórter Joe Strombel: a identidade do homem que é conhecido como assassino do tarô. A missão de Pransky, a partir de então, é checar as informações e publicar uma reportagem denunciando o assassino. Para os que se imaginam um dia nessa profissão, a jovem recebe a missão de encarar o que há de mais prazeroso e perigoso do jornalismo investigativo. Sensacional, não?

Para checar o grande furo, Sondra Pransky tem a companhia do mágico Sid Waterman (o maravilhoso Woody Allen). Como de fato tem que ser qualquer roteito de Allen, os caminhos dessa investigação estão carregados de humor e tragédia. Garanto-lhes, além de comprovar que Scarlett é, como me disseram, "além de linda e jovem, muitíssimo talentosa", e que Woody Allen é uma das figuras mais fofas do cinema, Scoop - O Grande Furo é capaz de entusiasmar, nem que seja por 96 minutos, qualquer jornalista (ou aspirante a) que já estava para lá de decepcionado com a profissão.

Só para constar: Woody Allen escreveu o roteiro de Scoop - O Grande Furo tendo Scarlett Johansson em mente para protagonizá-lo. Ela é ou não é a queridinha do diretor?

Hugh Jackman, Scarlett Johansson e Woody Allen em Scoop - O Grande Furo

7 comentários:

moça dos olhos d'água disse...

:) muuuito melhor que as críticas dos "guias" semanais, hehehe! resultado: PRECISO ir ao cinema! beeeijos e obrigada por tudo, florzinha! adoro-te!

Anônimo disse...

Pois eu gargalhei, e muito!, durante o "Borat". Deliciosamente impagável!

Ah, e uma pergunta de um leigo à dona do blog: por que o meu nome nunca aparece em azulzinho, como o da Ju, aí em cima? Humpf. Eu coloco o linque do meu humilde blog e, snif, nada...

beijo

Anônimo disse...

Fábio,

acho que o motivo é o corporativismo. O blog da Ju também está hospedado no blogger/blogspot.

De resto, não vi Borat e não tenho vontade de assistir. Agora, Woody Allen é sensacional, né?

Anônimo disse...

Mas o engraçado é que no blog da Ju o meu nome aparece em azul, com o linque... Vai entender, né?

Humpf.

E o tio Allen está fabuloso em "Scoop". E a Scarlett também, é claro, como sempre. Bela e talentosa.

Lui disse...

Eu achei Borat hilário, talvez o filme mais engraçado que já vi na vida...aquela cena da luta pelada...como alguém pode fazer uma cena daquela????

Estou curiosa para ver o filme do Woody Allen, já que odiei a primeira parceria dele com a Scarlett em Ponto Final. Aliás, eu não vou nem um pouco com a cara dela e nem a acho tão talentosa, só linda mesmo. Mas vamos ver no que dá.

É isso, dona Tha!

Daqui a algumas horas eu te vejo!

Beijo!

Anônimo disse...

a gente nunca mais sentou pra prosear... saudades de conversas de tha! bjkas

Anônimo disse...

é tão bom lê-la por meio da grande tela. lindos, todos os três textos.