15.5.08

das inspirações *

Quase ninguém acredita, mas 'sofro' para escrever. Ontem, aliás, durante o passeio-reencontro para lá de agradável, eu e o João falamos sobre a nossa relação com as palavras. Ele é uma daquelas pessoas admiráveis, sobre as quais escrevi dia desses. As palavras e o João formam um lindo casal. Sempre me inspirei nos escritos dele. Ontem reafirmei o que já tinha dito no final do ano passado: se não fosse por conta dessa bonita relação que ele tem com cada uma das palavras, nosso livrinho não teria merecido o elogio de "muito bem escrito". Ele não acreditou...

O João, assim como o Fábio, a Lui, a Ju, a Dri são pessoas que parecem ter conhecido as palavras antes mesmo de elas (as palavras) terem sido apresentadas ao mundo. Quando crianças, não brincavam de carrinho ou de boneca. Queriam ler e escrever. Juntar as sílabas, eu imagino, deveria ser a maior diversão para os pequeninos. Sorte a nossa - porque é uma delícia encontrar texto de pessoas que sabem o que fazer com as palavras. Eu, por exemplo, mesmo quando estou aqui - escrevendo algo tão despretensioso para o blog - travo. Até que as idéias se transformem em frases completas, alguns minutos se passam em branco.

E por quê? Eu conheci o mundo das letras há pouco tempo. Antes de entrar na faculdade, não tinha o hábito de ler. Sim, pode parecer contraditório alguém prestar vestibular para o curso de jornalismo sem ter na rotina algumas horas reservadas para um encontro com os livros, jornais ou revista. Durante os anos de colégio público, nunca fui incentivada a estudar, a ler. E mais: eu acredito que o ato de ler é um hábito que se adquire em casa. Por mais que ler e escrever estejam diretamente ligados aos anos escolares, sabemos que é na casa em que moramos quando crianças que construímos parte de tudo que seremos na vida adulta. Eu não cresci no meio de livros. Aliás, os brinquedos também passaram longe da minha infância (mas esse é assunto para um outro post). Senti (e ainda sinto) as conseqüências desse não hábito na vida adulta. Mas ainda bem que uma das milhares de coisinhas boas que conquistei quando conheci o Fábio foi a paixão pela leitura diária do jornal. Hoje, quando não passo minhas manhãs folheando as páginas do Estadão, sinto que parei no tempo...

Não, não esperem que eu escreva agora que uma de minhas reportagens foi publicada com vários erros, que fui mandada embora por conta disso, e que estou desistindo do jornalismo (isso até que é verdade, mas as palavras, nesse caso, são as últimas que eu culparia). Tudo isso é só para justificar a minha ausência. As postagens ficaram cada vez menos freqüentes. Como escrever, para mim, é quase um ritual, preciso de tempo - o que me faltou nos últimos 30 dias. O frila, que terminou na sexta-feira, conseguiu consumir toda e qualquer energia que o meu corpo conquistou durante o perído-de-caminhadas-no-Ibirapuera. Todos os dias pareciam ter o triplo das horas. Foi cansativo, mas sobrevivi.

Quero voltar a me encontrar com este mundo. Novidades, durante o período-de-frila, não faltaram. Apesar da falta que as horas faziam, uma viagem à cidade maravilhosa trouxe um tantão daquela boa energia que só o Rio tem. Num repeteco do ano passado, fomos ao Maracanã assistir ao bicampeonato do Flamengo. "Estou morrendo de saudades. Rio, seu mar. Praia sem fim. Rio, você foi feito prá mim". Como o Fábio diz, ir para o Rio tem um lado ruim: "temos de lidar com aquele gostinho de quero mais." O bom é que voltar à cidade maravilhosa (e um dia para ficar, é claro) sempre está nos nossos planos...

... esse emaranhado de palavras é só para dizer que estou por aqui. Saindo de um rotina cansativa e desgastante para me reencontrar com as tardes livres para os passeios no parque, com as manhãs de leitura de jornal, com as horas sem nada para fazer...

* relendo o post, percebi que cometi uma injustiça. Assim como o João, o Fábio, a Lui, a Ju e a Dri, outros tantos amigos queridos também me inspiram. Tenho a sensação de que a cada releitura, lembrarei de algum de vocês, e terei que me desculpar por não tê-lo citado antes. Agora, neste exato momento, minhas desculpas vão para a Amanda, a Cinthia e o Tiago - que conseguem fazer com que cada história, mesmo aquelas que não teriam a nossa atenção, ganhe efeitos para lá de especiais.

5 comentários:

pé-de-feijão disse...

Não importa a hora, o importante é conhecer esse universo mágico das palavras. Aliás, você é bem íntima dele, não se engane! E aproveite bem as caminhadas, nada como ser chique, hein?! Beijos, João.

Anônimo disse...

Ei, nem ouse me colocar no mesmo grupo de Luísa Pécora, Ju Mezzato e Adriana Tintori, por favor!!!

Menos, menos...

E você é muito modesta, diga-se de passagem! Mas isso é mais uma de suas apaixonantes qualidades. ;)

Lui disse...

Ai, que linda e modesta que essa Cachinhos está me saindo, viu?

Eu acho pra mim você é que nem o Rio: quando eu te vejo tenho que lidar com o gostinho de quero mais!

Beeeeeeeijos!

moça dos olhos d'água disse...

mas que coisa, essa menina! como pode ser tão modesta e não se achar cúmplice das letrinhas? pois fique sabendo que a-d-o-r-o os seus escritos. eles têm a sua essência. ;) beijos com saudades

simplesmente dri disse...

Tha, estou muito feliz com o elogio!
Mas, vem cá, você não acha que também é uma inspiração para tanta gente?
Você escreve deliciosamente, de um jeito tão leve, e isso é tão difícil!
Seu blog é um dos meus favoritos, e estou sempre indicando seus textos da gaveta para amigos por aí.
Beijo!