16.2.09

a trilha de 1997

Eu tinha 12 anos. Estava na sexta série. Era muito mais tímida do que sou hoje. Já gostava muito de música. As viagens para o interior eram mais constantes. Pelo menos duas vezes por ano íamos visitar meus avós lá na divisa do Mato Grosso do Sul, a 600 Km de São Paulo. Como grande parte dos pré-adolescentes, comecei a conhecer um pouco mais de uma das maiores bandas de rock nacional. A gravação do primeiro Acústico MTV me deixou viciada em Titãs. Tinha acabado de ganhar um discman. O único CD que rodava por ali era o dos meninos que cantavam Os Cegos do Castelo - ouvia essa música uma centena de vezes sem me cansar.

Acho que já disse por aqui que a minha memória do passado não é lá muito boa. Talvez tenha esquecido algumas coisas de propósito. Mas isso não vem ao caso agora. O fato é que sempre que ouço ou vejo os Titãs me vem à cabeça a cena de uma de nossas viagens para o interior. Lembro que tínhamos acabado de parar no Rodoserv - o único restaurante da estrada que o meu pai gosta. Depois de nos esticarmos um tantinho e recarregarmos as energias para os quase 400 Km que faltavam, coloquei o fone no ouvido, procurei a faixa 5 e deixei algumas lágrimas caírem ao som de Os Cegos do Castelo. E não tinha nenhum motivo especial para o choro. Quando a música é bonita, me emociono...

... e foi com algumas (muitas) lágrimas que assisti, ontem à noite, ao documentário "Titãs – A Vida Até Parece Uma Festa", dirigido por Branco Mello e Oscar Rodrigues Alves. Como uma boa menininha, não gosto muito da fase rock pesado da banda. E talvez por isso tenha quase furado as faixas do CD que tinham as músicas Pra dizer adeus, Flores e Cegos do Castelo. E sendo assim, para mim, uma das melhores passagens do filme é a participação dos Titãs no especial do Roberto Carlos de 1998 (se não me engano). Eles cantaram juntos Pra dizer adeus, que anos depois seria a trilha do enterro de Marcelo Frommer, que morreu no dia 13 de junho de 2001, vítima de um atropelamento em São Paulo.

Para os mais sensíveis, como eu, o documentário é de tirar o fôlego. E mesmo para os que não são muito fãs da banda, eu o recomendo. É uma oportunidade para assistir a um show da melhor fase dos Titãs, a que ainda contava com Arnaldo, Nando e Marcelo.

Ah, por muito pouco, muito pouco mesmo, não entrevistei o Branco. Dias antes de sair do Terra, estava agendando a participação dele no Chat. Ele foi, mas eu já não estava mais lá. =(

Um comentário:

Anônimo disse...

Quando criança, eu era apaixonada por duas pessoas: Frejat e Branco Mello. Minha mãe achava o cúmulo eu assistir todas as participações deles na tv e ficar me derretendo por um cara que ela achava feio. Enfim, não casei com o Branco... Mas estou morrendo de vontade de ver o filme, mais ainda depois desse post. E as minhas duas favoritas são sonífera ilha (heheh) e nem 5 minutos guardados.

eu to te devendo um email, eu sei... segura a peruca que ele chega, florzinha

ah, arrasou na foto... linda, linda, linda