20.8.06

... nas bandas de cá

Depois de toda aquela magia...

... um clima bastante intimista. O lugar é bem pequeno - antes era uma oficina. É onde alguns nomes da nova geração do samba paulistano fazem a sua roda. A recomendação é chegar muito cedo, ou muito tarde - por volta da meia-noite, ninguém entra. Mas isso, de fato, não é o problema. Da calçada também é possível cair no samba do Ó do borogodó. A noite do dia 18 foi de Fabiana Cozza... Escolhemos o bar do Ó como o nosso local. Não consegui identificar ao certo quais eram as pessoas que estavam rendidas ao samba (que, apesar de ser feito por uma geração nova e paulistana, é inspirado naquele samba carioca. Como um resgate, ou melhor, uma apresentação a um novo público... mas essa questão será abordada e discutida em aprofundamento em 2007). A não identificação do público nos rendeu uma bela discussão que adentrou a madrugada e só acabou quando sentamos para o "café-da-quase-manhã". Apesar de encerrada a conversa séria, o assunto em pauta ainda não se esgotou. Há muitos aspectos que precisam ser ditos e ouvidos - mas deixemos para um outra ocasião e para um outro post.

(não foi a primeira vez em que vi Cozza cantar. Já tinha me encantado por ela em outra oportunidade: num show no Auditório do Ibirapuera em que ela e Leci Brandão eram as convidadas de Almir Guineto, Monarco da Portela e Nei Lopes. Sensacional. O samba do Rio é fascinante. Impossível não sair mais leve e cantando "Foram me chamar, eu estou o que há...").

O sábado também teve o samba - do Rio de Janeiro - como trilha sonora. Acabo de chegar de mais uma roda. Dessa vez, o palco da festa foi o Sesc Pinheiros. O homegeado da noite: Nelson Sargento. Os convidados: o maior dos maladros do samba Nei Lopes e a encantadora Teresa Cristina. Para nossa sorte, um pedaço do Rio está pras bandas de cá. Eu, da cadeira 30, na fileira H, deixei-me levar por todo aquele clima de festa malandra.

O primeiro arrepio veio quando ouvi da voz de Teresa Cristina uma letra de Chico Buarque: "Olha aí. Olha aí. Olha aí, ai o meu guri, olha aí...". Todas as vozes do teatro lotado faziam coro...lindo! Nelson Sargento, homenageado pelo aniversário de 82 anos, foi o segundo a nos envolver no clima malandro do morro: "Eu sou o samba. A voz do morro sou eu mesmo sim senhor. Quero mostrar ao mundo que tenho valor. Eu sou o rei do terreiro. Eu sou o samba. Sou natural daquido Rio de Janeiro. Sou eu quem levo a alegria. Para milhões de corações brasileiros...". Para fechar a noite: Nei Lopes e a "Goiabada Cascão": "Goiabada cascão em caixa. É coisa fina, sinhá, que ninguém mais acha...".

Também me rendi ao samba, a um pedaço do Rio... saí de lá com esse sorriso.

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