9.12.07

das coisas boas da vida

Foto: Marcos D'Paula/AE

A saga começou às 6 horas da manhã do sábado, quando o despertador do celular tocou. Depois de um rápido café da manhã, um banho um pouco demorado - só para garantir o cheirinho bom por mais tempo. Na mochila, uma blusa para me proteger do ar condicionado do ônibus, óculos escuros (só para contrariar a previsão do tempo que garantia chuva durante a tarde e noite), documentos, desodorante, escova e pasta de dente.

Calça jeans, camiseta e all-star. Estava pronta para encarrar um bate-volta São Paulo-Rio de Janeiro. O motivo? Paralamas e The Police no Maracanã. Com as passagens em mãos, embarcamos (eu, Fábio, Amandinha - por coincidência, o Rafael e o Márcio (amigos joceanos da Cásper) compraram passagens para o mesmo horário) no ônibus da Viação 1001. Um acidente da Via Dutra fez com que a viagem ficasse um tantinho mais demorada - mais isso, no final das contas, acabou nos ajudando.

Não sei se foi pela estrada, pelo ônibus ou pelo motorista, mas fomos balançando durante as mais de seis horas de viagem. Algumas tentativas de cochiladas eram atrapalhadas pelas freadas bruscas do homem que comandava o volante. Depois que fui para cidade maravilhosa de avião, confesso que encarar as horas nas estradas esburacadas foram mais difíceis - mas, dessa vez, os preços passagens aéreas nos impediram de desembarcar no Santos Dumont (como diz a Amandinha, às vezes vale a pena parcelar. Estou pensando em adotar tal prática, viu?!).

A chegada de ônibus no Rio não pôde ser embalada pela trilha sonora das novelas do Maneco, mesmo assim a cidade maravilhosa me dá um ânimo diferente. Contrariando a previsão do Climatempo, o Sol estava aberto - nos esperando. Mesmo longe dos cartões postais da zona sul, o Rio é sempre o Rio - e só por isso a viagem já vale a pena.

Sem lugar para ficar, optamos por trocar as passagens de volta. Não queríamos (e nem teríamos condições de) passar a madrugada no terminal rodoviário do Rio. Para isso, porém, causamos um pouco de confusão. Quer dizer, o moço do guichê foi quem causou - um sistema que não funcionava como ele queria fez com os cariocas que estavam na fila ficassem um tantão exaltados - mas, apesar de paulistas, em nenhum momento fomos atingidos.

No curto percurso da Rodoviária ao Maracanã gastamos R$ 30. Lá, como disse o taxista-vascaino-que-não-gosta-nada-do-Eurico-Miranda, o preço é combinado antes. Nem adianta reclamar. Segundo ele, no mês de dezembro, todos os táxis da cidade circulam na bandeira dois - não importa o horário, nem o dia da semana. Para evitar transtornos, embarcamos e até demos algumas boas risadas com o tiozinho do volante.

A retirada dos ingressos da bilheteria foi mais tranqüila do que imaginávamos - nos dias anteriores, as filas eram quilométricas e o tempo de espera durava, em média, uma hora. Em menos de cinco minutos, estávamos com as entradas em mãos. O portão seria aberto em pouco tempo, mas precisávamos comer alguma coisa antes de entrar. O Shopping Tijuca foi o nosso refúgio: um almoço classe A (não só pela comida, mas como pela conta também), que valeu muito a pena.

Depois de contar toda a saga, o momento mais importante da viagem: o show. Será impossível descrever o que senti ao ver o Maracanã lotado. Lindo demais. Um dos shows mais bonitos que já assisti - se não foi o mais. Só de escrever e lembrar, já me arrepio de novo. Pontualidade foi a marca da apresentação. Como estava pré-definido, às 20h Paralamas do Sucesso entram no palco - nem todo mundo tinha chegado ainda, mas eles conseguiram esquentar o Maracanã. Foi sensacional! Ouvir, cantar, pular, dançar com os sucessos do trio Herbert-Bi-Barone na cidade maravilhosa é... (pausa para procurar um adjetivo)... indescritível, vai! Às 20h50 eles saíram do palco, e exatamente às 21h30, Sting, Andy Summers e Stewart Copeland começaram a apresentação com o hit Message in a Bottle. Segundo a organização do show, 72 mil pessoas foram ao Maraca para prestigiar a volta do The Police ao Brasil, depois de 25 anos.

Foram 19 músicas no total. Fiquei arrepiada praticamente do início ao fim, mas nas minhas preferidas - Every Little Thing She Does Is Magic e Every Breath You Take - deixei a emoção contagiar todo o meu corpo. Um show inesquecível. É por esses mais-do-que-perfeitos-momentos que a vida vale muito a pena...

Para voltarmos à rodoviária, sofremos um pouquinho. Descobrimos que a frota de táxi do Rio de Janeiro - que conta com 50 mil veículos - é insuficiente. Não dá conta quando grandes eventos acontecem na cidade. Depois de vários, vários mesmo, táxis amarelos nos ignorarem, conseguimos, por sorte, ligar para uma cooperativa do serviço. Estávamos numa esquina para lá de estranha. Algumas pessoas que saíram do show também tentavam, em vão, sair daquele lugar. Dois policiais ao lado de uma viatura estavam por ali - mas não nos deixaram menos tranqüilos (eu e Amandinha estávamos mais tensas. O Fábio ainda mantinha o controle). Seu Ananias demorou a acreditar que éramos as pessoas que tinham chamado pelo seu carro, mas conseguimos, enfim, sair daquele lugar. Para os próximos eventos, já temos o cartão do taxista carioca mais que simpático...

... chegamos em São Paulo hoje, às 7h30 da manhã. Se valeu a pena? Muito - não só pelo show e pela cidade, mas também, e principalmente, pelas companhias.

3 comentários:

moça dos olhos d'água disse...

aaaaaaaaaaaah! que eu pensei MUITO em vocês. tinha certeza de que o show e as companhias seriam sensacionais. ;) beijos e saudades!

Anônimo disse...

Olha eu não gosto de The Police, mas sei bem a sensação de um bom show. ah, não tem nada melhor...

Anônimo disse...

Parabéns pelo deeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeez!